quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Uma história



"- HAHAHAHAAHAHAHAHAHAHA", gargalhou Júlia.

Era a primeira vez que ela se sentia tão à vontade com alguém, “que delícia, que delícia!”, pensava enquanto sua barriga doía de tanto rir. Pedro era bom mesmo com piadas.
O que ocorre é que Júlia não sabia se o fato de sentir-se tão bem com a companhia dele decorria das meras risadas ou se havia, bom, você sabe, se havia algo mais. Fácil dar risadas com alguém, não é? Difícil é chorar, afinal. E aquelas dez dúzias de coisas em comum? Bobagem, mera coincidência... 75% das pessoas do mundo (incluindo os idosos) são caseiras e não curtem muquifos agitados. E aquele transmimento de pensassão? Coincidência também, oras! Falam as mesmas coisas juntos trinta vezes por dia porque coincidências acontecem.

Tanto tempo saindo juntos, mas nada de Pedro tomar uma iniciativa. Será que o problema era com ela? Com suas roupas? Com suas sandálias? Com seu cabelo pro lado esquerdo? Se ela colocasse o cabelo pro lado direito, Pedro a observaria?
Marcaram de sair mais uma vez. Terceira semana seguida que iriam ao cinema. Filme de terror. “Hmmmmm, vou aproveitar o filme pra agarrar o Pedro”. Sim, Júlia agarrou Pedro. No entanto, só na imaginação dela. Afinal, segurar o braço do coitado com força até ficar roxo não é agarrar, ou é? [Pobres menininhas, elas sempre acham que qualquer coisa é dar bandeira] Pois é. O filme acaba e nada. Pedro não se tocou. Mas Júlia tinha um trunfo: o cd do Red Hot que ela esqueceu propositalmente no carro dele.
- Não acredito, Pedro! Esqueci meu cd no teu carro!
Saem do cinema e vão ao estacionamento.
Era última chance dela, Pedro não a deixaria em casa, já que depois do cine ela ainda iria um jantar de família. Ele abre o carro, ela tira o cd e depois ficam conversando banalidades fora do carro.
- Ai, meu pé ta doendo. Abre o carro, vamo conversar lá dentro!
[Maquiavélica essa Júlia...]
Enquanto conversam, a metida da Júlia liga o som do carro de Pedro. Pink Floyd ao fundo... o telefone de Júlia toca. Era seu pai avisando que a pegaria para irem ao tal jantar chato. No alto de seus doze anos MENTAIS (só mentais), ela se despede, mas no lugar de um beijo estatelado na bochecha, Júlia encosta seus lábios no dele e sai correndo...


- Continua depois -


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Postado por
Anália


às
00:01












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