Os homens estão mais responsáveis? Não fiz pesquisa alguma, nem pus as palavras “pesquisa de pais atuantes 2008” no google, para checar se há um patamar com números reais sobre a dedicação dos pais nos nossos tempos. Tampouco li artigos sobre a evolução neste sentido.
Escreverei, então, arbitrariamente, confeccionando cada parágrafo com a minha vivência de quase 30 anos: Primeiramente na postura de filha de pai alcoólatra, depois como mãe de um filho sem um pai atuante e, posteriormente, como namorada de um homem com um pai ausente. As linhas já se contorcem de decepção pelo histórico relatado, o que parece mais com uma (de)gradação da postura paternal, não?
Há muito descaso com a paternidade. A mulher, não, além de ter seu corpo e mente devastados por uma gravidez, é a responsável ocular pelo filho e, caso faça pouco caso da maternidade, é apontada como irresponsável e de má índole. Para o homem, não, este pode dar uma gozadinha, fabricar um serzinho, pagar uma pensãozinha e estamos quites.
Esse papo de terapia, onde se diz que “Precisamos de uma figura masculina por perto, por isso e aquilo...” é uma presunção descabida. Quisera eu, aos 13 anos de idade, não conhecer o meu pai. Um homem que feriu a minha dignidade e devastou a segurança que toda mulher com 28 anos deve ter. Eu o culpo e me orgulho de fazê-lo. Afinal, se há incompetência em algum setor da sua vida, obviamente, você buscará algo para se apoiar, algo que declare “Ah, eu sou maluca porque a Britney também é...”. E eu não sou assim, digamos, bem resolvida.
Preferia 100x a ausência do pai a colecionar fatos esdrúxulos ocorridos com este senhor. Por isso, quando soltam a bela frase “Todo mundo precisa de um pai”, eu costumo respirar fundo e falar da minha experiência. Sim, precisamos de um pai, de uma mãe, de 10 milhões de dólares... Mas e A QUALIDADE deste pai? Que seja atuante, que honre seus deveres, que ensine, que brinque, que nos mostre.
Namorei dois rapazes que tinham pais presentes, casados com suas mães. Seus pais eram difusores dos bons costumes, sempre dispostos a ouvi-los e aconselhá-los. Aquilo, de certa forma, me arrancava uma inveja. A inveja era por eu não ter uma visão masculina da vida, uma visão repleta de testosterona sobre atitudes frágeis do cotidiano.
Para os homens, possuir um pai deve ser, de fato, relevante. Apesar de tentar conversar sobre futebol, mulher (sim, ele já faz gesto de interesse quando há um cartaz com uma mulher semi-nua), luta, gírias agressivas e outros com meu filho, me pego, muitas vezes, perdida, titubeando entre verbos agressivos e delicados. Não poderei ser o pai do meu filho. Sou sua mãe, aquela que usa o avental todo sujo de ovo e está com a sandália na mão, bestialmente, cantada até um dia desses em escolas (Deve ser ainda cantada essa merda...) e, dentro dessas condições, vou representar o meu papel.
Escreverei, então, arbitrariamente, confeccionando cada parágrafo com a minha vivência de quase 30 anos: Primeiramente na postura de filha de pai alcoólatra, depois como mãe de um filho sem um pai atuante e, posteriormente, como namorada de um homem com um pai ausente. As linhas já se contorcem de decepção pelo histórico relatado, o que parece mais com uma (de)gradação da postura paternal, não?
Há muito descaso com a paternidade. A mulher, não, além de ter seu corpo e mente devastados por uma gravidez, é a responsável ocular pelo filho e, caso faça pouco caso da maternidade, é apontada como irresponsável e de má índole. Para o homem, não, este pode dar uma gozadinha, fabricar um serzinho, pagar uma pensãozinha e estamos quites.
Esse papo de terapia, onde se diz que “Precisamos de uma figura masculina por perto, por isso e aquilo...” é uma presunção descabida. Quisera eu, aos 13 anos de idade, não conhecer o meu pai. Um homem que feriu a minha dignidade e devastou a segurança que toda mulher com 28 anos deve ter. Eu o culpo e me orgulho de fazê-lo. Afinal, se há incompetência em algum setor da sua vida, obviamente, você buscará algo para se apoiar, algo que declare “Ah, eu sou maluca porque a Britney também é...”. E eu não sou assim, digamos, bem resolvida.
Preferia 100x a ausência do pai a colecionar fatos esdrúxulos ocorridos com este senhor. Por isso, quando soltam a bela frase “Todo mundo precisa de um pai”, eu costumo respirar fundo e falar da minha experiência. Sim, precisamos de um pai, de uma mãe, de 10 milhões de dólares... Mas e A QUALIDADE deste pai? Que seja atuante, que honre seus deveres, que ensine, que brinque, que nos mostre.
Namorei dois rapazes que tinham pais presentes, casados com suas mães. Seus pais eram difusores dos bons costumes, sempre dispostos a ouvi-los e aconselhá-los. Aquilo, de certa forma, me arrancava uma inveja. A inveja era por eu não ter uma visão masculina da vida, uma visão repleta de testosterona sobre atitudes frágeis do cotidiano.
Para os homens, possuir um pai deve ser, de fato, relevante. Apesar de tentar conversar sobre futebol, mulher (sim, ele já faz gesto de interesse quando há um cartaz com uma mulher semi-nua), luta, gírias agressivas e outros com meu filho, me pego, muitas vezes, perdida, titubeando entre verbos agressivos e delicados. Não poderei ser o pai do meu filho. Sou sua mãe, aquela que usa o avental todo sujo de ovo e está com a sandália na mão, bestialmente, cantada até um dia desses em escolas (Deve ser ainda cantada essa merda...) e, dentro dessas condições, vou representar o meu papel.
Meu filho, ontem, me surpreendeu ao dizer para o meu namorado: - Você pode ser meu pai? Quer dizer, amanhã no futebol cada um vai levar seu pai para jogar bola, como meu pai mora em outra cidade... Você pode ir comigo? Não preciso dizer que a pessoa aqui se debulhou em lágrimas, um misto de vergonha e tristeza pelas palavras. Ter o pai em outra cidade convence o meu filho da “impotência” do seu pai em estar na sua companhia. Porém quando 2km distanciavam ele do seu pai, o senhor também não dava assistência paterna. Então, até acho que essa distância lhe confere um senso de segurança.
Ao ouvir tais palavras, o seu receptor também, há muito, com pai ausente, falou: - Eu sei como é isso, já passei por isso...
Estou aqui para homenagear os pais, por incrível que isso pareça. Mas me refiro aos PAIS e não homens que dão uma gozadinha dentro para receber O TÍTULO. Estou aqui para dizer as mães: Criem seus filhos para serem bons pais! Estou aqui para dizer aos homens que ainda não são pais: Se um dia cogitarem em ser pai, cuidem dos seus filhos, estejam com eles. Caso não se sinta tentado a ter um filho, por favor, senhores, usem camisinha.
Não vejo evolução na postura paternal, aliás, acho que essa categoria está cada vez mais despreocupada. De qualquer forma, aos sobreviventes PAIS, eu deixo o meu respeito e peço que “Ensinem seus filhos a serem pais”.
Zíngara
Nenhum comentário:
Postar um comentário