Tenho amigos que são solteiros inveterados e dão ênfase ao "com orgulho". Contam como é delicioso optar por um sábado à noite com um bom livro a ter que estar com uma porção de pessoas que eles não escolheriam para o seu convívio. Nós, namoradas, estamos a mercê de cumprimentar e até sorrir para meia dúzia de gente que adoraríamos cuspir na cara. Enfim, paga-se muito caro para ter um bendito de um namorado.
Acostumei-me a ser a moça com um namorado, às vezes, digo que sou uma moça com uma muleta, já que não sei ficar sozinha. Aprecio todas as mulheres que usam salto 15 e seu batom vermelho, sem estar trôpega e COM a maquiagem impecável. Sou auto-crítica e sei muito bem até onde minha sanidade alcança. Estou ciente de que ser feliz com a solterice tornou-se algo que foge a minha alçada.
Ora, logo EU que sempre detestei gente que se justifica atrás de um trauma... Estou aqui para reafirmar essa postura pouco louvável: Meu pai enganou minha mãe por longos anos. Além de alcoólatra e difusor dos bons costumes, tinha o hábito de trepar com empregadas, vizinhas, secretárias e até a puta que pariu. Minha mãe que trabalhava muito nunca foi capaz de notar absolutamente nada. Eu, adolescente, nunca desconfiei.
Conta minha mãe que na minha gravidez, meu pai saia, todas as tardes, muito arrumado e ela pressentia uma coisa ruim, um abandono, uma rejeição. ZÁS! Estava explicado toda a minha carência emocional e a dificuldade de largar a mão de um homem. Esbravejei, reconsiderando minha postura dependente.
Tenho também a incrível capacidade de achar que todos estão me traindo. Se recebo flores não acho bonito, penso que a pessoa está cheia de culpa e as flores são desculpas para traição. O cheiro de suor parece sexo feito a pouco com alguma mulher na rua. Atendeu o celular arfando? Certamente está no motel trepando loucamente com alguma colega minha. Vivo nessa pulsação de 190. Um desgaste dos diabos.
Penso em pagar o ônus de estar solteira e pôr fogo nos meus traumas paternais. Assim, não haveria a possibilidade de traição. Eu estaria sã e salva, longe de qualquer barbárie masculina. Mas, não, preciso estar sempre com um macho, um que me dê um esporro porque demorei a atender o celular. Eu mereço!
Acostumei-me a ser a moça com um namorado, às vezes, digo que sou uma moça com uma muleta, já que não sei ficar sozinha. Aprecio todas as mulheres que usam salto 15 e seu batom vermelho, sem estar trôpega e COM a maquiagem impecável. Sou auto-crítica e sei muito bem até onde minha sanidade alcança. Estou ciente de que ser feliz com a solterice tornou-se algo que foge a minha alçada.
Ora, logo EU que sempre detestei gente que se justifica atrás de um trauma... Estou aqui para reafirmar essa postura pouco louvável: Meu pai enganou minha mãe por longos anos. Além de alcoólatra e difusor dos bons costumes, tinha o hábito de trepar com empregadas, vizinhas, secretárias e até a puta que pariu. Minha mãe que trabalhava muito nunca foi capaz de notar absolutamente nada. Eu, adolescente, nunca desconfiei.
Conta minha mãe que na minha gravidez, meu pai saia, todas as tardes, muito arrumado e ela pressentia uma coisa ruim, um abandono, uma rejeição. ZÁS! Estava explicado toda a minha carência emocional e a dificuldade de largar a mão de um homem. Esbravejei, reconsiderando minha postura dependente.
Tenho também a incrível capacidade de achar que todos estão me traindo. Se recebo flores não acho bonito, penso que a pessoa está cheia de culpa e as flores são desculpas para traição. O cheiro de suor parece sexo feito a pouco com alguma mulher na rua. Atendeu o celular arfando? Certamente está no motel trepando loucamente com alguma colega minha. Vivo nessa pulsação de 190. Um desgaste dos diabos.
Penso em pagar o ônus de estar solteira e pôr fogo nos meus traumas paternais. Assim, não haveria a possibilidade de traição. Eu estaria sã e salva, longe de qualquer barbárie masculina. Mas, não, preciso estar sempre com um macho, um que me dê um esporro porque demorei a atender o celular. Eu mereço!
Zíngara
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