quarta-feira, 19 de setembro de 2012

legalizar ou não?




Em meados de maio do ano passado meio que ensaiei um post sobre Aborto no meu blog pessoal. Bem ensaiado mesmo, o assunto foi abordado superficialmente, metade culpa da minha correria eterna e outro tanto pela minha falta de maturidade.

Hoje já me sinto um pouco mais confiante e sei também, que minhas conclusões não são absolutas, então fiquem à vontade para discordar. Difícil se posicionar num assuntos desses - até pra mim que já tenho opinião beeem formada- a Constituição Federal defende explicitamente o direito à vida, mas qual o conceito de vida? Talvez o mesmo esteja intimamente ligado à sobrevida, já que o Direito Brasileiro adota a respiração como o sinal de que a criança nasceu viva. Simples assim: respirou, nasceu. Não respirou, nasceu morto.

Fácil se contentar com tão pouco? Não sei, nunca fui mãe, nunca estive grávida, não sei qual a dor de perder um filho. Parece insensível da minha parte, mas, pelo menos hoje, eu não deixaria um filho vegetando. O Código Penal exclui a ilicitude dos abortos feitos nos casos de estupro sofrido pela mãe ou no caso de a gravidez representar um risco para a mesma. Meio caminho andado aos rumos de uma civiliação mais moderna. Não sou a favor do aborto eugenésico (nos casos de deformações da criança), no entanto, venhamos e covenhamos, já está na hora de liberar o aborto em casos de anencefalia, não é? Acho um absurdo a mãe sofrer por 9 meses pra ver o filho nascer morto.

Chegando ao ponto mais delicado de toda a questão, tem tambem aqueles casos em que a mãe simplesmente não está pronta para trazer um filho ao mundo. Egoísmo? Talvez. Mas como já dizia Caetano - perdoem-me por citá-lo, auhuauuha- "Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é". É preferível não fazer uma criança passar por maus tratos e assumir que não está pronta para trazer uma criaturinha ao mundo do que fazer uma criança inocente sofrer. Que fique claro que não trabalho com exceções, estou falando mais no geral mesmo. Existem muitas mães que quando engravidaram não sabiam o que fazer da vida, mas que hoje são maravilhosas e nunca maltrataram seus pimpolhos (temos até um exemplo aqui no blog, mãe maravilhosa mesmo).

Alguns países já tem o aborto totalmente legalizado e não fazem disso uma carnificina.
Obviamente que, o Brasil como país subdesenvolvido encontraria obstáculos maiores. Legalizar o aborto sem banalizá-lo é quase impossível, já que os gastos destinados ao acompanhamento depois do aborto realizado seriam enormes. Sem um acompanhamento psicológico corre-se o risco de a mulher fazer disso um método anticoncepcional. Daí voltamos ao assunto do começo do parágrafo, é por isso que é tão difícil a legalização.

Opiniões são válidas, sim, mas baseadas em argumentos sólidos; peloamordedeus, não me venham com "você é uma assassina porque é a favor do aborto". Sejamos maduros e discutamos como gente grande, por favor.








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Postado por
Anália


às
06:00












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