quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Tudo por um Carnaval mais digno (ou a Fábula do Emprego Errado)




O que você já fez para ter um Carnaval decente?
Bom, eu vou te contar o que eu já fiz: consegui o emprego errado. Sad but true.
Empregos são como relacionamentos, de uma certa forma. Você logo inicia e, com um pouco de feelin" - lembram do texto passado? pois é, eu não tenho esse negócio -, você percebe que a tendência é tudo desandar, como uma massa de bolo sem fermento. Pois foi o que aconteceu comigo. Pela primeira vez EM TODA A MINHA VIDA (Drama Queen, babe, me empresta um pouquinho de drama?) eu soube, COM TODA A CERTEZA (só falta mais um pouco, amiga), que era uma furada sem tamanho. E isso para quem saiu do emprego certo há alguns meses é terrível.

Veja bem, eu tinha o emprego certo, mas por questões adversas, me desliguei da empresa no fim de 2008. Eu tinha uma segunda família, um chefe que era um segundo pai, uma infinidade de conhecidos e amigos de profissão que me ajudavam e a certeza da felicidade. Aí eu saí do emprego e oi? galeeeeeera, cadê vocês? Alooooou? *cri* *cri* *cri* Sobraram apenas duas amigas queridíssimas que rendem chopes deliciosos. O resto, quer saber, quero mais é que explodam. Fica o rancor, meu nome do meio.

Mas era fim de ano e, olha, admito mesmo, relaxei. "Perdi a família, mas não perdi a piada. Vou me divertir horrores", pensei. Curti férias prolongadas, Natal com família e Ano Novo hiper alcoólico com os melhores amigos do mundo. Mas chegou janeiro e eu percebi que fiz cagada. Eu cantei durante todo o verão e agora que é invern.... eer... quer dizer, eu gastei todo meu dinheiro emergencial em música e bebida e agora eu sou uma mocinha sem fundos (insira aqui a sua piadinha favorita).

Porém, menina esperta que sou, não fui como a cigarra e percebi a conta no negativo antes do Carnaval chegar de fato. Ou seja, com folga de aproximadamente dois meses para as festividades, estou bem. "Consigo um emprego temporário e garanto o dinheirinho da folia", pensei.

Mas o mercado está difícil e, acredite, injusto. Eu não consegui absolutamente nada na minha área e apelei. Admito não entender patavinas de marketing, mas dei minha cara à tapa. Tudo certo, né? Não. Como eu já disse, esse é o emprego errado. E eu posso listar as coisas que mais me aborrecem:

*Ninguém fala comigo (a não ser boa tarde, você quer água ou até amanhã. altos papos);

*As pessoas conversam sobre amenidades tipo...annh... deixa eu pensar... NUNCA. (alou? pessoal que trabalha com a Patsy? é a sanidade mental no telefone. liguem de volta, ela mandou um beijo e perguntou quando pode voltar);

*Tem uma louca na minha sala que grita com todo mundo e faz Sssshhhh quando eu rio. (na moral, Sssshhhh é o caráleo);

*Ninguém me treina direito ou seja estou cagando para o trabalho. (e aaaai de quem reclamar, abro Paciência e começo a jogar).

*Meu chefe não é gay, mas fala comigo como se fosse. E só comigo isso acontece. (se ele acha que eu quero pegar ele só posso dizer um grande HA HA HA).

Mereço?
E a situação só piora, porque eu preciso resistir bravamente por mais 30 dias naquele buraco dos infernos para receber meu bonito salário de escraviária. Tarefa árdua, já que hoje é o sétimo dia de treinamento e eu já caí no choro três vezes. As duas primeiras foram apenas ataques histéricos, mas a de ontem foi coisa de DIVA.

Chovia muito na cidade e eu estava ilhada na Zona Norte, querendo chegar na Zona Sul. Nestas condições climáticas, não importa a cidade né? Todas se transformam em sucursais do inferno. A única pessoa que dialoga comigo no edifício em que trabalho, o simpático porteiro, me avisou que estava tudo alagado. Me mostrou na telinha da televisão portátil dele e eu - uma mulher criativa e libertária aprisionada no emprego de uma pessoa burocrata e sem sal - chorei. Abri meu guarda-chuva e descobri um buraquinho nele. Pingava bem na minha franja. Opa, chorei de novo. O ônibus para o metrô não passava. Aaaaah, chorei. Um pedaço da marquise de uma dessas casas lindas e mal cuidadas de 1902 caiu do meu lado. Uivei de tanto chorar. O ônibus que peguei me deixou absurdamente longe da estação. Juro, ainda tinha lágrimas. Sentei no metrô. Chorei de emoção. Cantarolei na minha cabeça "Mama, I"m comming home".

Olha, foi bonito. Tinha vento no cabelo, água no cabelo, cabelo nos olhos, lente de contato querendo pular fora dos olhos, baratas voadoras saindo dos bueiros. Foi um momento DIVA sem o glamour.

E aí você me pergunta: "Mas Paaaatsy, para que tudo isso?".
E eu respondo: "Gente, em 2009 me deu bicho carpinteiro no corpo. Só consigo pensar no Carnaval. Até criei um pseudo bloco de seis pessoas com uns amigos. Acho que vai bombar".

Honestamente, nem gosto de samba (pronto, podem começar a atirar as pedras, vai). Sou uma mocinha do rock e do jazz. Mas alguma coisa nesse espírito de Carnaval de Rua, com marchinhas e vendedores ambulantes, me contagiou e agora... é só aguentar.

Torçam por mim e mandem propostas de emprego decentes para contato@corporativismofeminino.com hahaha

Mas, antes, responda:
Você é uma cigarra ou uma formiginha? O que vai fazer no Carnaval? Você acha que eu sou louca? Tá, pode esquecer a última, too easy.

Besos, besos!

Patsy








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Patsy


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