quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Porque eu nunca mais paquerei no ônibus.




Na vida de muitas (nem todas) mulheres solteiras, principalmente das mais românticas e tradicionais, os pensamentos estão sempre voltados para uma pergunta:

”Quando é que vou dar sorte no amor?”.

E é movida por pensamentos assim, que a gente só se ferra. Sim, só se ferra, porque tudo é motivo para paquerar e achar que “agora” você tirou a sorte grande.
Já tive meus momentos assim e hoje em dia eu sou meio zeca pagodinho: Deixo a vida me levar.

Não sei como são os ônibus pelo Brasil, mas aqui no Rio, bem onde senta o motorista tem uma espécie de painel de vidro. Vidro este que reflete as pessoas que estão atrás de você.

Um dia, em meados de 2000, eu com 20 anos de idade e medo de ficar encalhada(20 anos, encalhada, oi?), peguei uma determinada linha de ônibus para chegar à uma casa de shows famosa por aqui. O Show era do Charlie Brown Jr. (isso mesmo Zin, aquele do clip!).

De onde eu moro até o bairro desta casa de show, são mais ou menos 40 minutos de ônibus. Vale lembrar que aqui no Rio, ficar 40 minutos na condução para chegar a alguns bairros é pouca coisa.

Eu e mais uma louca amiga dessas jornadas, estávamos sentadas em frente ao tal do painel, que refletia a imagem de um cara muuuuuuuuuuito gato. Moreno, alto e com um sorriso de derreter qualquer uma.

E advinha para quem ele estava olhando através do reflexo?

Depois de uns vinte minutos de olhares insistentes correspondidos, ele mandou um bilhete, lá de onde ele estava sentado, até chegar às minhas mãos:

“Posso sentar perto de você?”

Olhei para os lados e vi um lugar perto de nós, vazio. Sinalizei que sim (o ônibus todo estava prestando atenção, porque estava meio vazio). Ele veio para frente e minha amiga resolveu trocar de lugar com ele.

Como estava perto de onde ele ia descer, ele me deu o telefone dele e pegou o meu, e disse que me ligaria no dia seguinte.

E sim, ele ligou... Conversamos um pouquinho e eu já notei algo estranho. O jeito que ele falava era meio esquisito, muitas gírias e tal... Pensei que era o nervosismo dele. Combinamos o seguinte, já que ele morava pertinho da faculdade onde eu estudava, ele passaria por lá.

Ele chegou entre uma aula e outra, e eu fui para a porta da faculdade, até que ele falou o seguinte:
“Eu não devia estar aqui, amanhã é o dia da apresentação do meu projeto na FEIRA DE CIÊNCIAS DA ESCOLA”.

Eu gelei! Tipo assim, feira de ciências?


-“Quantos anos você tem?”
- “15, mas faço 16 mês que vem.”

Eu gelei, afinal eu tinha 20 anos e era uma mulher muuuito madura para pegar um garotinho de 16....

Tive que enrolar o baby por alguns minutos, dizendo que tinha uma prova em seguida, até porque, eu jamais ficaria com ninguém na porta da faculdade... Nem de 16, 26 ou 36. Afinal, era uma fase de “atiradora de elite” e eu tinha vááárias paqueras engatadas.

Eu poderia jurar que aquele menino tinha a minha idade... hahahahahahahaahahhha


Hoje em dia, eu não paquero no ônibus por mais uma razão: medo de ser assaltada.

Beijos e boa semana.

B.Beiçola.








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Postado por
B.Beiçola


às
08:00












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