quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Malandragem, dá um tempo!


Depois de voar por todo continente africano (fui até Joanesburgo pra depois ir a Luanda) cheguei finalmente na capital angolana.
Minha primeira impressão não foi boa, pois não curti a malandragem deles. Não precisaria passar no raio-X do aeroporto e em troca disso eu daria uma “gasosa” pro cara lá (1- gasosa é propina, gorjeta, etc. 2- eu não tinha problema nenhum em passar pelo raio-X, como fiz e faço em todos os outros lugares).



Bom, sem escolha, fui dar a “gasosa” e saquei do bolso uma moeda de 2 euros (era metade da grana que eu tinha!).
Só isso?!?! – disse o sujeito, e eu respondi:
Como assim só isso?!?! Isso é euro!!! Vale várias kwanzas!!! (kwanza é a moeda local).
Papo pra lá, papo pra cá e tudo que ele levou de mim foi mesmo a moedinha de 2 euros.
Um mês depois, no dia que fui embora, mais problemas no aeroporto.
Meu nome não tava na lista de embarque e para colocarem na lista de espera eu tinha que liberar uma gasosa...
Contei uma história triste lá e consegui ir pro check in.
Quando despachei minhas malas, dei mole e deixei meu yellow fever card dentro delas. (carteira internacional de vacinação contra febre amarela – obrigatória nessa viagem) Sem problemas, você pode comprar um lá (comprar?!).
Fui até uma mesinha de boteco ao lado do check in e lá havia um senhor (médico do ministério da saúde angolana) e ele fez uma carteira pra mim na hora. Me entregou e disse: São 10 dólares.
Eu só tinha notas de 20. Então dei 20 doletas ao senhor e fiquei esperando o troco (garoto!). Ele pegou meus 20 dólares botou no bolso, me olhou e sorriu...
Fui então à imigração (meu visto estava vencido há um dia) e o homem me disse: Seu visto está vencido, tenho que te cobrar uma multa.
Eu só tinha mais uma nota de 20 dólares e não queria perdê-la, pois talvez tivesse que usá-la mais tarde, então, com olhos bem tristes falei pro cara: É, eu sei e por isso to indo embora. E também não tenho mais dinheiro. Nem tenho como pagar essa multa.
E ele: Ta bom, vai lá.


Mas tirando a minha saga com o aeroporto 4 de Fevereiro (nome dado em homenagem ao início da luta armada pela revolução. É feriado nacional lá) tive um ótimo convívio com os angolanos, que são muito gente boa e gostam muito do Brasil e de brasileiros.
Também conheci gente de um monte de países por lá. É que plataforma, às vezes parece uma torre de babel.


Carlitos Ramos (Peru), Gilbert Kwepowo (Camarões) e eu


Galera que trabalhou comigo: Austin (Nigéria), Pedro (Angola), Francisco (Angola), Carlos (Peru) e Gilbert (Camarões)


Mais uma da galera



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