quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Deusas e Sexo





Já ouvi varias vezes alguém me taxar de galinha, principalmente aqueles seres com os quais me envolvi. Mas, saber por que sou galinha, sempre foi um mistério. Ninguém nunca me explicou. Lembro que antes, bem antes (acho que no tempo da minha avó), os homens eram uns depravados, porque só tinham idéias malucas e nós, éramos as santas que não pensavam em sexo, foda, transa etc. Estávamos mais preocupadas em casar, sim casar, com o melhor dos FDP que nos fizesse o favor de nos agüentar e criar todos os filhinhos dele. Mas isso mudou, e nossas prioridades são outras hoje. Nós gostamos de falar e fazer sexo e como gostamos, apreciamos o bom sexo e sim, achamos no sexo a “varinha” mágica da cumplicidade de dar e receber todo o auge do tesão.

ANALISANDO

Bem, sou um pouco dada a certos assuntos, principalmente no que se diz respeito a sexo, falemos de sexo então.

Minha vida sexual nunca foi tão ativa o quanto é agora, apesar de ter tido vários parceiros (alguns não tão parceiros assim) tinha certo bloqueio ou mesmo timidez sexual, os pudores prevaleciam, talvez trauma. Quando criança o sexo era tratado lá em casa como coisa do capeta, me recordo de uma vez aos 11 anos ter apanhado por ter dado carona a um guri de 11 anos na minha caloi. Esse era um contato com o outro sexo, ou seja, proibido.
E cresci assim, com esse estigma de que os homens eram os problemas de qualquer mulher, que todos eram uns mentirosos, que te trocariam por qualquer uma. Na adolescência só fui me relacionar com alguém aos 15 anos, e esse ser me deu a primeira cicatriz emocional, da qual tenho muito orgulho. Foi quase uma tapa na cara, quando me dei conta de que o mundo em volta já estava igual ao que mamãe dizia ser certo. Meus problemas começaram.

Eram anos intermináveis de discussões e lágrimas. E em cima de tudo isso ia me firmando e descobrindo minha sexualidade e foi ai que já não me sentia uma vitima, mas sim protagonista de minhas ações.


CF TAMBÉM É HÍSTÓRIA

Antigamente, cerca de cinco milhões de mulheres foram queimadas, acusadas de bruxaria. Com isso a Igreja conseguiu conter o crescente poder que a imagem feminina estava adquirindo ao longo dos séculos, diante da chamada religião da deusa. Por conseqüência disso, foi gerada essa nossa sociedade masculinizada em quase todos os segmentos. Isso só veio mudar nos últimos anos, mesmo assim muito lentamente. Talvez este atraso mental da sociedade ainda seja um reflexo dessa matança. Quando, meio século depois, surgiu a pílula anticoncepcional, todo mundo acreditava que, livres da perspectiva da gravidez indesejada, as mulheres se liberariam para o sexo. Ledo engano. O buraco, como sempre, era mais embaixo.

Séculos de repressão sexual, de identificação do feminino com o mal, com o poder demoníaco de sedução, não iriam cair por terra apenas por causa de um comprimidinho.
Foi assim que me senti ao tratar minhas vontades sexuais como naturais: uma bruxa na fogueira. Achar alguém que me proporcionasse o prazer pleno se tornou uma caçada quase infernal. Se alguém me perguntar qual o valor do sexo numa relação, não hesito em responder: 98%. Não sou hipócrita o sexo num relacionamento é essencial. A qualidade dele idem.

Talvez esses anos de transição ainda não acabaram digo isto pois algumas mulheres ainda preferem assim, só com amor, e elas ainda são uma parcela significativa. Percebo que atualmente O AMOR é um evento, e não dá pra simplesmente para esperar por ele, o fato de algumas de nós priorizarmos o desejo não nos torna libertinas, cada experiência adquirida no campo sexual nos torna mais certas do que realmente queremos e esperamos do homem ideal (se é que ele existe).
Já não ligamos tanto para o que os homens dizem, pensam, fazem. Estamos mais interessadas em nós mesmas, em nos agradar e não a outrem. Não saímos mais para a noite procurando um marido. Assumimos parte das características masculinas, saímos por diversão. Somos mais sozinhas, mas muito mais animadas. Mais importante que tudo, é termos a escolha do que queremos e sensibilidade para fazê-lo, neste jogo não existe regras, o importante é reconhecer que o sexo é natural e básico para a vida do ser humano.

Candy May








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CF


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08:00












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