Como podem perceber, estou de volta. Um pouco antes do esperado, e completamente contaminada pelo clima portenho. Mas tenho que dizer que não foi só o clima portenho que me contaminou, fui contaminada também por uma gripe from hell, que praticamente me obrigou a voltar as terras brasileiras antes do tempo.
Foram dias extremamente intensos. Intensos e doidos, mas não vou entrar nos detalhes sórdidos hihi. Afirmo com a mais absoluta certeza que Buenos Aires ficou com um pedacinho de mim, e não, não foi com um pedaço do meu coração, foi com um pedacinho do meu dente da frente mesmo, que provavelmente colidiu com o gargalo de alguma garrafa de cerveja, suponho. Mas nada grave, um pequeno e discreto milímetro de dente não me faz falta.
Atendendo pedidos, vou fazer um resumão aqui de como desenrolou essa viagem, talvez seja útil pra alguém, talvez não, by the way, vamos lá.
Primeira coisa que tenho que dizer é que sou muito inconstante, e como toda boa garota inconstante e descabeçada, odeio ter um roteiro, odeio ter uma programação, então de cara, mandei a CVC pros quintos, até porque eu já tinha comprado minhas passagens em promoção no submarino viagens, fiz tudo por conta própria mesmo.
A segunda coisa é que sou pobrinha, e como toda boa pobrinha não esbanjo grana pra pagar um bom Hotel por tanto dias assim, mas felizmente, com 20% da grana que se paga um bom Hotel, se paga um ótimo hostel.
Pra quem não sabe o que é um Hostel, a diferença principal, se comparado com um hotel, é que os quartos são compartilhados com meia dúzia de pessoa que você nunca viu na vida, fazendo com que o custo seja muito mais baixo - O custo pra ficar no Milhouse foi de 35 pesos por noite, dá aproximadamente 28 reais pela diária - Vejam bem, 28 dinheiros pra ficar nesse lugar com um ótimo bar, café da manhã incluso, mesa de jogos, computador, além da oportunidade de interagir com pessoas de toda parte do mundo - é um clima muito animado e impagável, eu realmente não teria aproveitado tanto a viagem e conhecido tanta gente legal se tivesse ficado em um boring hotel five stars. E confesso que também não teria dado de cara com um Australiano-loirão-gostosão só de cuequinha assim que cheguei no meu quarto. Ai ai ai
Então fiz uma reserva de 7 dias no Milhouse hostel, mochila nas costas, guia da Argentina na mão e fui .
Apresento-lhes o Bar do Hostel mais badalado de Buenos Aires, o Milhouse Avenue:
Sem palavras pra descrever, ter me hospedado no Milhouse foi fundamental para o sucesso da minha viagem, recomendo com muita força!
O título desse post não é a toa - a sensação de uma vida em 10 dias é enorme, porque você conhece pessoas, faz amigos forever and ever, e quando você menos espera, essas pessoas estão indo embora - todo dia você recomeça as amizades, todo dia você tem a sensação chata de se despedir de alguém. Além do que me aconteceu de tudo nessa viagem, se o meu vôo de volta fosse sequestrado por extra-terrestres eu já não me espantaria
Dormir? Luxo. Passei esses dias dormindo 3 ou 4 horas por noite, pois o dia que eu não saia à noite simplesmente perdia a hora conversando com as pessoas no bar e bebendo litros de cerveja.
Não posso falar de cada cantinho de Buenos Aires que conheci, caso contrário esse post ficaria mais enorme, mas tenho que falar dos shows de tango!
Para assisti um show de tango em um lugar refinado, custa em de 150 a 200 pesos, por pessoa. Como já disse aqui, sou pobrinha e não quis desembolsar essa grana, mas assisti shows de tango fantásticos na Calle Caminito, no La Boca.
Caminito é uma rua encantadora bem na periferia de Buenos Aires, com suas casas coloridas e com diversos palcos e show de tango na frente dos bares - Claro, não é nada muito requintado, mas é ótimo! Eu realmente não fui pra Buenos Aires pensando em Tango, mas me apaixonei pela dança quando comecei a assistir.
Na Calle Caminito não se paga nada pra assistir os shows, inevitavelmente optamos por sentar na frente de um bar, pedir uma cerveja e assistir o show. Acho que foi nesse dia que minha dor de garganta começou. É contaminante a alegria das pessoas dançando, e como podem ver, até me arrastaram pro palco pra tirar uma foto, hahaha *vergonha*
Sobre a comida, foi difícil, mas sobrevivi. Experimentei alguns pratos clássicos como bife de chorrizo, lomo, parrilla - inegável que as carnes são muito boas, isso quase compensa a falta do arroz com feijão.
No auge do desespero da Gertrudes, minha lombriga, implorando por arroz, ví no cardápio de um fast food um lindo prato de algo que me parecia um risotto, fiz a dancinha da alegria, afinal, eu ia comer arroz, ufa!
Mas nossa alegria (minha e de Gertrudes) não durou muito tempo. Quando fui servida meu mundo desabou, perdi o chão ao perceber que o arroz era frio! Vamos falar sério, nem meu cachorro come arroz frio, mas insistem em chamar isso de comida na Argentina.
Dias depois fui servida de arroz quentinho. Mas ó, que comida sem gosto viu? Sal na argentina é luxo. Em tudo falta sal, falta tempero, falta sazon, falta amor! E viva o arroz brasileiro.
Após 7 dias em Buenos Aires, viajei 12 horas de ônibus com destino Mendoza, de dentro do ônibus, assisti um belo por do sol que só findou após às 22 horas, impressionante, não escurece nunca naquela porra de país. E a dor de garganta continuava..
No dia seguinte, ao despertar no ônibus, desculpem a palavra, mas puta-que-o-pariu, visão fantástica da cordilheira dos andes.
Mendoza é uma cidade muito simpática, mas muito burguesinha pro meu gosto. O principal atrativo da cidade são seus vinhos, suas bodegas, além de servir de base aos aventureiros que vão em busca de algo radical nas cidades interioranas mais próximas, tais como visitas aos parques nacionais, escaladas ao monte aconcágua, raffting nos rios e por aí vai.
Passei só 3 dias em Mendoza, que também foram intensos, entre tour nas bodegas, city tour, churrasco inter-hostel, balada mais cheia da minha vida, raffiting noturno no rio Mendoza e pronto, morri por dentro, não aguentava mais a dor garganta que não dava trégua já que eu também não dava trégua pra cerveja. A enfermidade falou mais alto, a gripe me derrubou de uma vez só e TUDOOOO que eu queria era minha cama.
Voltei, e dessa vez ví o pôr do sol do avião, nessa-porra-de-país-que-não-escurece-nunca.
Enfim, depois de 10 dias me enchendo de cerveja e vinho, agora estou em casa, de cama, me enchendo de cataflan + amoxilina + spray de própolis + amidalin.
Mas apesar dos pesares, posso dizer que TUDO valeu muito à pena! Buenos Aires, ficou no meu coração de papelão. - se alguma leitora estiver indo pra lá, pode me levar no bolso que eu deixo!
Desculpem pelo tamanho do post, tentei resumir o máximo que pude mas ainda não consegui falar metade do que queria! ...rs
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Para consultoria de viagens, doação de passagens para Buenos Aires, amoxilina, cataflan, vitamina C, garrafas de cerveja, me apresentar um Argentino gostoso ou me enviar fotos de deuses australianos de cueca: bel@corporativismofeminino.com -
* ênfase para o último ítem. Ah, os australianos....... (L)
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