quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Resistindo a uma liquidação



Estava eu, linda, loira e japonesa (oi, Heleninha!), completando dois meses sem entrar numa loja de roupas e comprar como personagens dos livros de Sophie Kinsella.

Como eu consegui ficar DOIS lindíssimos e perfeitos meses sem comprar? Pegando atalhos no caminho para faculdade e estágio por estradas péssimas para meu carro, mas que compensariam na fatura do cartão de crédito no fim do mês. Afinal, eu não passaria na frente daquela porção de lojas gritando seus preços baixos.

Mas ta, como há toda uma conspiração para que eu compre, no belo dia em que completavam dois meses sem compra, precisei fazer o caminho normal de volta para casa porque precisava passar na farmácia. Passo na frente da farmácia e CADÊ LUGAR PRA ESTACIONAR? Rodo uma avenida, passo por ruas e mais ruas, e puts, todas as lojas da cidade estavam em liquidação naquele dia??? Criaram alguma data só para liquidações e eu fui azarada o suficiente para precisar da farmácia justo no tal dia??? É uma conspiração, to dizendo... Como pessoa forte e determinada que sou (cof), ignorei. Mas nada de lugar pra estacionar, até que, perto da farmácia, tem uma vaga desocupando, não uma vaga qualquer, mas A Vaga. Como não sou boba, dou seta, faço baliza, xingo trocentos homens que tentam me ajudar (por que raios sempre que é uma mulher fazendo baliza, os homens começam a parar no meio da rua e fazer sinais de “vem” e “para” com a mão? Ódio mortal.) e estaciono logo. Desço do carro triunfante, olho pro lado e tcha-ram: uma loja com os dizeres em letras garrafais na vitrine: “LIQUIDAÇÃO, DE 50% A 80% DE DESCONTO, SÓ HOJE!!!”. Só podia ser sacanagem, o maior desconto que tinha visto dentre todos, estava bem na minha frente. Senti inveja dos cavalos, juro, porque quem queria estar usando uma viseira era eu! Mais que queria, precisava! Devia ter alguém lá em cima se matando de rir com tudo isso, igual eu faço quando jogo The Sims.

Respiro fundo, abaixo a cabeça e vou até a farmácia. Passo uma hora na farmácia, tempo para eu esquecer a tal liquidação. Volto para o carro, entro, sem querer olho pro lado viseira, cadê?, e lá está a moça limpando a vitrine. Mas como assim? Como ela já estava limpando? Será que não restava nenhuma roupinha com 80% de desconto? O dia de “hoje” dura até meia-noite, como já estavam apagando? Ahhh que raiva! Me segurei para não ir atrás da última peça linda com um descontão. Podia ser uma calça jeans perfeita, ou melhor, uma blusa na cor e modelo ideal para o trabalho. Pensei, praticamente meditei, e depois de ser insultada por um idiota querendo minha vaga, saí.

Cheguei em casa com a sensação de culpa. Deveria ser o contrário, né? Eu fui uma vencedora não entrando na tal lojinha. Mas nããão, fiquei o dia todo pensando na tal promoção de até 80%, na calça jeans perfeita que provavelmente nunca nem existiu naquela loja, e em todas as peças lindas que caberiam perfeitamente no meu corpo. Até que tento me convencer que meu cartão de crédito agradecerá e fiz o melhor.

Final do mês chega e com ele as correspondências, lá está o envelope alaranjado, friozinho na barriga bate, mas logo passa quando lembro do meu feito: Não Comprei Mesmo Com 80% De Desconto. Respiro fundo e abro confiante a fatura! Bem colegas, só lhes digo uma coisa, o cartão VISA é um verdadeiro ingrato: Fatura exorbitante.

E quer saber? Da próxima vez, eu não só entro, como estouro o limite nas ludjinhas. Faço a Becky Bloom. HUNF!
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Postado por
Ivete C.


às
07:00












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