Era uma tarde de domingo chuvoso e Eric tinha acabado de acordar. Estava com uma ressaca colossal. Olhou-se ao espelho e viu a cara amassada.
“Puta merda!”, exclamou. Ele se lembrava da festa de casamento do primo na noite anterior. Por pouco, quase deixara de ir. Havia terminado com a namorada na véspera e não estava com clima de festa. Seu irmão que o convenceu.
“Você precisa de um porre!”
O irmão era bom em argumentar.
“Sem contar que vai ter muita mulher bonita e quem sabe você não pega uma?”
Muito bom mesmo.
Eric deu-se por convencido e tirou o terno do armário. Era tudo que ele precisava, afinal: mulher bonita e bebida liberada. Durante a festa, tentou não pensar na ex que o chutara e tratou de beber. E muito. Entre um copo e outro, viu chegando sua prima Ritinha com seus pais e uma garota desconhecida.
“Ricardo, olha ali. Gata demais, não é?”, apontou para o irmão.
“E gostosa. Vou lá!”, já ia se dirigindo até a amiga da prima, quando Eric o puxou de volta.
“Nada disso! Sou eu quem precisa se divertir hoje, esqueceu?”, argumentou.
Ricardo fora obrigado a concordar, contrariado, e deixou o irmão ir até lá. Claro que, como Eric era muito tímido e a bebida ainda não havia subido pra cabeça, a tentativa de aproximação foi um fracasso. Ao invés de se apresentar, Eric ficou ao redor esperando que alguém o visse e o chamasse. Ricardo teve vontade de bater no irmão.
“Puta que pariu! Vou matar esse cara!”, exclamava entre os dentes.
Mais tarde, com a bebida já surtindo efeito, Eric se aproxima de Ritinha para que assim, ela o apresente para a amiga. A prima, que já estava beijando um homem, viu em Eric uma ótima oportunidade de poder ficar a sós com o seu ficante e não deixar Mariana sozinha. Apresentou os dois.
Troca de olhares, conversa ao pé do ouvido, festival de sorrisos e mãos que por vezes se encontravam. Por fim, ficaram.
Era uma tarde de domingo chuvoso e Eric estava de ressaca. Entre as dores de cabeças, ele se lembrava de Mariana. Ficaram a noite inteira, se conheceram e curtiram estar juntos. Ele pediu o telefone e ela deu.
“E ai, se deu bem?”, Ricardo apareceu na porta do quarto. “Gostou?”, continuou ele com o interrogatório. Responder a essa pergunta era a ultima coisa que Eric queria fazer. Ainda mais de ressaca.
Veja bem, não é que ele não tivesse gostado, muito pelo contrario. Pretendia ligar para ela, de verdade. Queria vê-la novamente, mas tinha terminado não havia uma semana! Como apareceria com outra? Não devia ser certo fazer isso. Ele deveria estar triste, chorando de saudade ou com raiva, amaldiçoando a ex-namorada por ter lhe dado um fora. Não devia pensar em Mariana, nem querer nada sério. Deveria estar na fossa.
“Foi bom, mas não quero nada sério.”, respondeu. Achou que a resposta foi boa, disse o que queria, sem aprofundar muito sobre o tema. O irmão entendeu isso e também não quis mais alar sobre o assunto E tratou de mudar o foco da conversa.
“Vamos jogar uma partida?”, convidou.
“Claro!”
E foram os dois jogar Winning Eleven.
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