"Sorria e acene!"
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"Será que compressa de camomila tira o vermelhidão?"
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"Será que compressa de camomila tira o vermelhidão?"
Quem faz piadinha sobre o tempo e o dinheiro que gastamos em um salão de beleza, como se para nós fosse uma delícia freqüentar o lugar, não sabe o quão insensato está sendo. Muitas de nós, mulheres vaidosas que gostam de sentir bonitas, detestam ir ao salão, e só vão porque é necessário. Eu sou do tipo que, definitivamente, detesta salão de beleza. Mas como detesto ainda mais me sentir esteticamente insignificante, encaro uma manhã no salão como um mal necessário.
Mas há, também, a segunda hipótese: você ter sorte e ir no salão num dia de pouco movimento. A parte ruim é quando as funcionárias do lugar, xeretas por natureza, ficam te puxando o saco e te fazendo perguntinhas sobre sua vida pessoal.
Contudo, há que se ressaltar que tudo isso, citado até agora, é pouco cazzo perto das dores que passamos no recinto. A começar pelas unhas. Podem me chamar de fresca, mas quem nunca sofreu quando a bandida da manicure arrancou um bife, que engula um dara. Às vezes, o bife arrancado é tão grande que sangra. Sádicas...
Mas pior que a manicure é a cabeleireira. Os tratamentos capilares não são nem de longe uma terapia. A começar pelo corte... Cabeleireira tem o prazer de usar a tesoura mais do que deve. Perdi a conta de quantas vezes pedi para tirar “só as pontinhas” e voltei pra cara com o cabelo seis dedos mais curto...
Pra quem costuma se inspirar em cortes de personalidades famosas, a chance de se decepcionar é grande também. Certa vez, levei recortes e fotos do cabelo da Jennifer Aniston pra minha cabeleireira. Saí parecendo um pintinho malhado, com um corte que nem de longe lembrava o da Jenn. Por essas e outras, penso mil vezes antes de cortar. Até porque eu sofro de DPC (depressão pós-corte). Sabe aquela máxima de que a gente sai do salão se sentindo mais bonita que quando entrou? Então. O problema é que, comigo, não raras vezes acontece o contrário, me acho mais feia na saída que na entrada. E fico deprimida procurando meu cabelo durante o banho, a semana toda – afinal, é muito incômodo quando você vai lavar o cabelo e, enquanto desliza a mão pelas madeixas, percebe que sobra mão e falta madeixa.
O ambiente todo branco esconde o desespero que sentimos ao encarar a depilação. Não bastasse a posição extremamente inconveniente, quase tão incômoda quanto a de um exame ginecológico, a cada tira com cera que é puxada, você sente todos os seus órgãos sendo extraídos pelo orifício da raiz do pêlo. Cada puxada é um martírio. Antes do fim da sessão, você já morreu e ressuscitou muitas vezes. Dor de parto eu não sei como é, mas entre as dores que suportei, nenhuma é pior que a da depilação íntima. E os homens ainda reclamam quando levam chute no saco... Queria ver agüentarem uma hora de depilação sem clamar aos céus por piedade!
Apesar disso, deixar de freqüentar o salão é um atentado conta mim mesma. Até porque ainda não decidi se é pior ter pontas duplas ou cabelo curto, mas sei bem que a vaidade e a auto-estima são importantes pra qualquer mulher. E apesar do clima de terror, da DPC e de todo o resto, poucos lugares podem fazer nos crer na beleza instantânea como o salão.
Então, quando um homem faz um comentário sobre como é fácil ser mulher, eu mentalmente repasso a lista das dores que só a gente sente, pra ter certeza que ele está errado. Adoraria que um programa de TV selecionasse uns quinze cuecas e os colocassem numa rotina de mulézinha por uns dias. Queria ver quem é que, após a tríde manicure + cabeleireira + depiladora, ia chegar em casa feliz e no salto alto!
É por essas e outras que eu NÃO ADMITO que ele não perceba meu visual novo, entendem? Afinal, os sofrimentos da Sala X valem todos os elogios do mundo. Repetidos tantas vezes quanto as vezes em que sentimos vontade de voltar ao tempo das cavernas, só para não ter que se depilar novamente.
***
Você chega ao salão e, se der azar, o lugar está lotado. Ou seja, taí uma ocasião para exercitar a paciência, enquanto tanto tititi sobre o casamento do fulano ou a morte da bezerra é murmurado. Além disso, quando você faz algum procedimento que usa touca, bobes ou papel-alumínio, tem de fingir uma cara de dignidade, afinal, lembre-se que você está parecendo um cogumelo atômico ou uma personagem dos Jetsons. Semana passada, por exemplo, eu fui retocar a raiz do meu cabelo, pois faço luzes periodicamente. O salão que freqüento fica no segundo andar do prédio onde um amigo mora. Sabe aquele amigo gay, sarcástico e extremamente crítico? Então... Marquei meu horário para o mais cedo que pude, justamente pra não encontrar a criatura. Eis que, quando eu estou lendo a edição passada da Nova, com o cabelo cheio de papel-alumínio numa situação medonha, o maldito passa no hall. Escondo-me atrás da revista, mas ele é mais rápido e acaba me vendo. Alô, dignidade!Mas há, também, a segunda hipótese: você ter sorte e ir no salão num dia de pouco movimento. A parte ruim é quando as funcionárias do lugar, xeretas por natureza, ficam te puxando o saco e te fazendo perguntinhas sobre sua vida pessoal.
Contudo, há que se ressaltar que tudo isso, citado até agora, é pouco cazzo perto das dores que passamos no recinto. A começar pelas unhas. Podem me chamar de fresca, mas quem nunca sofreu quando a bandida da manicure arrancou um bife, que engula um dara. Às vezes, o bife arrancado é tão grande que sangra. Sádicas...
Mas pior que a manicure é a cabeleireira. Os tratamentos capilares não são nem de longe uma terapia. A começar pelo corte... Cabeleireira tem o prazer de usar a tesoura mais do que deve. Perdi a conta de quantas vezes pedi para tirar “só as pontinhas” e voltei pra cara com o cabelo seis dedos mais curto...
Pra quem costuma se inspirar em cortes de personalidades famosas, a chance de se decepcionar é grande também. Certa vez, levei recortes e fotos do cabelo da Jennifer Aniston pra minha cabeleireira. Saí parecendo um pintinho malhado, com um corte que nem de longe lembrava o da Jenn. Por essas e outras, penso mil vezes antes de cortar. Até porque eu sofro de DPC (depressão pós-corte). Sabe aquela máxima de que a gente sai do salão se sentindo mais bonita que quando entrou? Então. O problema é que, comigo, não raras vezes acontece o contrário, me acho mais feia na saída que na entrada. E fico deprimida procurando meu cabelo durante o banho, a semana toda – afinal, é muito incômodo quando você vai lavar o cabelo e, enquanto desliza a mão pelas madeixas, percebe que sobra mão e falta madeixa.
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Mas o terrível, no fim das contas, nem é o que sofremos na cadeira da cabeleireira, mas sim, a Sala X: a sala da depilação.O ambiente todo branco esconde o desespero que sentimos ao encarar a depilação. Não bastasse a posição extremamente inconveniente, quase tão incômoda quanto a de um exame ginecológico, a cada tira com cera que é puxada, você sente todos os seus órgãos sendo extraídos pelo orifício da raiz do pêlo. Cada puxada é um martírio. Antes do fim da sessão, você já morreu e ressuscitou muitas vezes. Dor de parto eu não sei como é, mas entre as dores que suportei, nenhuma é pior que a da depilação íntima. E os homens ainda reclamam quando levam chute no saco... Queria ver agüentarem uma hora de depilação sem clamar aos céus por piedade!
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Não pensem que é fácil ser vaidosa. Até porque as manicures estão cada vez mais sádicas, as cabeleireiras, sob o pretexto de “modernizar”, cada vez mais atrevidas, e as depiladoras... Bem, as depiladoras são umas vacas sem mãe.Apesar disso, deixar de freqüentar o salão é um atentado conta mim mesma. Até porque ainda não decidi se é pior ter pontas duplas ou cabelo curto, mas sei bem que a vaidade e a auto-estima são importantes pra qualquer mulher. E apesar do clima de terror, da DPC e de todo o resto, poucos lugares podem fazer nos crer na beleza instantânea como o salão.
Então, quando um homem faz um comentário sobre como é fácil ser mulher, eu mentalmente repasso a lista das dores que só a gente sente, pra ter certeza que ele está errado. Adoraria que um programa de TV selecionasse uns quinze cuecas e os colocassem numa rotina de mulézinha por uns dias. Queria ver quem é que, após a tríde manicure + cabeleireira + depiladora, ia chegar em casa feliz e no salto alto!
É por essas e outras que eu NÃO ADMITO que ele não perceba meu visual novo, entendem? Afinal, os sofrimentos da Sala X valem todos os elogios do mundo. Repetidos tantas vezes quanto as vezes em que sentimos vontade de voltar ao tempo das cavernas, só para não ter que se depilar novamente.
*** Para bancar uma tarde com Marco Antonio de Biaggi ou Fernando Torquatto, envie um e-mail para penelope@corporativismofeminino.com
Penélope.
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