quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Avenida Q - sexo como você nunca imaginou, nudez como você nunca viu!



Minhas conversas de bar são sempre muito estimulantes. Mais do que adepta do álcool e da farra, eu sou apegada às boas companhias. Quando sento no boteco de fé com o mesmo grupinho/patotinha nas noites de sexta-feira, o papo pode muito bem ir de filmes consagrados da Sessão da Tarde à dívida externa da Argentina e suas consequências para o Terceiro Mundo. Isso já rendeu os comentários mais diversos de pessoas que não fazem parte do grupo. Tem gente que acha que é forçado, coisa de galera pseudo-cult da Zona Sul que se basta e evita dar abertura para gente nova participar da conversa. Eu digo "pffffffff", porque pseudo-cult é a vovózinha. Para mim, se você não consegue falar nem da Sessão da Tarde, muito menos da dívida externa da Argentina, nem senta na minha mesa e não cansa minha beleza. Se o seu papo é reclamar do namorado e sua "relação" conturbada, procure um analista. Ele vai te ouvir, mas, pelo menos, vai estar sendo pago pra isso.

Deixo bem claro que isso se aplica apenas às pessoas aleatórias da vida. Amigo meu pode sentar do meu lado falando sobre sua curvatura da lordose que eu, com a paciência roubada de Jó, irei ouvir tudo com detalhes. É da minha natureza tentar, ao máximo, agir com os mais próximos da forma que eu gostaria que eles agissem comigo. Portanto, quando meu cabelo cair quase por inteiro em uma experiência fracassada com descolorante e água oxigenada 40 vol, saberei que tenho ombros para me apoiar. E não se confunda, isso não é interesse ou troca de favores, é AMIZADE.

Mas o ponto principal é que essas conversas giram em torno de uma infinidade coisas, com uma leve predileção para assuntos polêmicos. Não é difícil nos flagrar em uma tórrida conversa sobre racismo e preconceito ou talvez uma acalorada discussão sobre homosexualidade. Nós gostamos de verdade de ouvir a opinião de cada um e, mesmo com diferentes pontos de vista sobre um determinado assunto, respeitamos o veredito próprio e saímos abraçados do bar. Respeito é essencial para levar esse ritual adiante, entra semana e sai semana.

Pois, no último domingo, decidi abrir mão da patotinha e mudar de planos, até mesmo para me adequar ao esquema de vida mais saudável sem álcool que tanto almejo. Fui ao teatro com uma amiga para assistir ao espetáculo AVENIDA Q, mas ainda assim tive a sensação de estar em uma mesa de bar com os amigos. Não, não estavam distribuindo drinks na entrada - seria sensacional, ficadica -, mas o clima era de descontração. O musical está tendo uma repercussão enorme e afirmo que foi muito agradável constatar que o sucesso é merecido. Veja bem, um musical com fantoches, tratando de temas adultos, não é exatamente o que se encontra em qualquer esquina. E você poderia até começar com um pé atrás, mas, acredite, não precisa. Foi a peça mais encantadora e despretensiosa que eu já tive o prazer de assistir nos últimos tempos e, tudo isso, porque o tema é tão abrangente que te remete à uma conversa com amigos íntimos.



Está tudo lá: os dramas de ser jovem, recém formado e absolutamente sem rumo; a dor de desencontros amorosos; o sexo casual; os tombos causados por más companhias; as dificuldades do convívio com os outros; os preconceitos e pré-conceitos mais comuns, além de muito bom humor, ironia e sarcasmo. Com tiradas bem elaboradas, a peça me fez constatar que ainda há formas de abordagens válidas para esses tópicos que fazem parte da nossa vida. É o que fazemos com os amigos, com a família e aqui no Corporativismo Feminino, a nossa AVENIDA Q diária, não é mesmo?






Acredito que o que me encantou, de verdade, em AVENIDA Q foi a falta de "dedos" para tratar de questões complexas. Às vezes, tentamos tanto nos resguardar e evitar ofender que deixamos conversas realmente pertinentes passarem despercebidas e morrerem no óbvio. Que tal a gente se inspirar um pouco na arte para fazer a vida ficar mais fácil?

Para os cariocas, o espetáculo já está ao alcance, vale a pena conferir os detalhes em www.avenidaq.com.br. Quem for de outro estado, pode começar a cruzar os dedinhos e torcer por uma temporada da peça em algum cantinho bem próximo! Acredite, existem enormes chances de você também se identificar.

Mas, se você não tem senso de humor para rir quando está na merda ou não curte o blá blá blá da vida, me faça um favor, fique em casa e não sente na minha mesa de bar. Grata! Caso contrário, mande um e-mail para patsy@corporativismofeminino.com e me convide para um chope!

E fica um beijão para Flávia Ayres por ter sido uma flor e me dado a chance de conhecer melhor esse musical que ganhou o Selo de Patsy de Qualidade. Se eu fosse rainha do Photoshop super faria um, mas estou na Era do Paint ainda. Tecnologia avançada para mim é microondas, computador é coisa de alienígena ¬¬

Besos, besos e vamos ao teatro!

Patsy








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Patsy


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03:00












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