quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Você é substituível! *




Havia alguém que era imprescindível no seu dia-a-dia e que compartilhou com você algumas refeições por algum tempo. Houve alguém que você chamava de "amor" e julgou impossível nomear outra pessoa com o mesmo título, mas nomeou. E quando acreditou que não podia amar, amou ainda mais ou, talvez, menos. Sentimentos não se medem em réguas e não se pesam em balanças afinal.

Augusto Cury erroneamente escreveu um livro chamado "Você é insubstituível", talvez para reanimar a alma dos rejeitados, talvez para fazer o seu papel de escritor de auto-ajuda. Não importa, foi um tiro no escuro e caso tenha acertado alguém com sua bala perdida foi sua baixa auto-estima.

As pessoas são substituídas rapidamente. Ontem o “você” da redação era aquele loiro, agora um moreno, amanhã um mexicano. Só Deus sabe. O amor muda de cor, mas as fúrias são as mesmas. Os lamentos, iguais. A agonia, a dúvida, o ciúme, o mesmo ritmo.

E eu que julguei ser especial, a mulher exclusiva, agora o vejo sentar-se à mesa com a minha substituta. E ele diz como a ama e como quer que seus filhos tenham os seus olhos azuis. E nos meus lençóis agora outro protótipo, um que diz que me ama sem que eu peça para ouvir. E é tudo novo, as sensações e os nossos ânimos.

Eu troco. Tu me trocas. Estamos por aí amando amanhã e depois como se fosse a primeira vez. Estamos por aí arranjando substitutos, rasgando contratos e acenando para o "para sempre".




* Substituível aqui é empregado estritamente no relacionamento amoroso.








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Postado por
Sarita


às
00:04












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