Penedo/Piaçabuçu/Foz do Rio São Francisco/Praia do Peba em Alagoas

Sabe aquele dia em que você não tem nada programado pro final de semana prolongado e de repende tem uma ideia????? Essa viagem foi assim. Na quinta-feira à noite, conversando com meu marido sobre o final de semana que se aproximava, decidimos arrumar a mochila para conhecer as cidades de Penedo e Piaçabuçu, ambas em Alagoas e não muito longe de Aracaju, onde vivemos. E assim fizemos: saímos na sexta cedinho, absolutamente sem informação, sem reservas e sem saber o que nos esperava. Deu certo!!!!!!!!!!!!!!!!!! Confiram!!!

Vista linda do Rio São Francisco e da Igreja da Nossa Senhora da Corrente.

Saímos às 7:00 de Aracaju em direção a cidade de Neópolis em Sergipe, onde há uma balsa que faz a travessia de carros pelo rio São Francisco até a cidade de Penedo em Alagoas (120 km de distância de Aracaju, via balsa). Chegamos ainda cedo em Penedo e logo de cara, tivemos muitas dificuldades em encontrar informações turísticas.

O Rio São Francisco e o prédio histórico (Paço Imperial).

Penedo é uma cidade histórica, cheia de casarões da época do Brasil colônia. No decorrer da história foi palco de uma invasão holandesa que durou quase 10 anos, pois era uma cidade de posição estratégica por causa da fácil navegação no Rio São Francisco, por onde entravam e saíam muitas mercadorias. Mas em 1645, os penedenses resolveram expulsar os holandeses e depois de uma batalha muito árdua, alcançaram seu objetivo, retomando para si o controle da cidade. Paço Imperial de Penedo.

Penedo possui hoje um dos acervos arquitetônicos mais ricos do Brasil, com construções iniciadas a partir de 1660. Possui casarios, igrejas, convento e um Paço Imperial, onde atualmente funciona um museu com um acervo muito rico, com peças de tapeçarias, móveis, quadros e louças que foram usadas por D. Pedro II e comitiva, quando visitaram a cidade no século XIX.

Catedral Diocesana de Penedo (em reforma).

É uma cidade muito bonitinha, mas sem muita infraestrutura turísitca. Possui um hotel (Hotel São Francisco - tel (82) 3551-2273) e algumas pousadas (Pousada Estilo - tel (82) 3551-2429; Pousada Valle do São Francisco - tel (82) 3551-2000; Pousada Colonial - tel (82) 3551-2355 e pousada O Laçador - tel (82) 3551- 2956). Vale ressaltar que essas poucas informações de pousadas em Penedo foram coletadas por nós, pois não descobrimos nenhum site com informações de todas as opções de hospedagem nesta cidade.

Prefeitura de Penedo. O casario à direita da prefeitura possui eira, beira e tribeira, sinal da riqueza do antigo dono.

Há vários pontos turísticos na cidade além dos que visitamos: Theatro Sete de Setembro; Museu Casa Penedo; Rua do Banheiro; Convento Franciscano; Oratório dos Condenados ou da forca; Igreja N. sra. dos Homens Pretos, etc. A festa mais famosa da cidade é Bom Jesus dos Navegantes, que acontece no mês de janeiro. Vista maravilhosa do "Velho Chico".

Dos lugares que visitamos, gostamos muito da Rocheira, que se trata de um paredão de pedras na parte oeste da cidade, de onde temos uma visão maravilhosa do Rio São Francisco, mais conhecido na região por "Velho Chico", além das cidades Sergipanas de Neópolis e Santana do São Francisco, que ficam na outra margem de tão imenso rio. As fotos que tiramos da Rocheira falam por si. Vista panorâmica do Rio São Francisco - foto tirada da Rocheira. Foto tirada da Rocheira. O paredão de pedras é alto, olha meu marido lá embaixo, bem pequeno. Ruas íngremes e casarios históricos.

Vale muito a pena conhecer a cidade, mas não há atrações para mais de dois dias de estadia; a não ser que você vá em dias de festa de Bom Jesus dos Navegantes, que geralmente dura quatro dias, com muitas atrações culturais e danças folclóricas, como o Guerreiro Treme Terra, que é muito bonito. (vimos uma apresentação deste grupo no Festival Cultural de Laranjeiras, uma cidade sergipana, e gostamos muito). Igreja Nossa Senhora da Corrente.

Almoçamos no Mercado de Artesanato. Comemos uma comidinha caseira formidável a preço módico. Resolvemos não permanecer para pernoitar na cidade, pois decidimos seguir para Piaçabuçu, outra cidade alagoana, próxima à foz do Rio São Francisco, distante uns 40 quilômetros de Penedo. Entrada da cidade de Piaçabuçu.

Nos hospedamos na pousada Portal 2000 (tel - (82) 3552-1720), simples, mas limpa. Como chegamos por volta das 15:00, não dava mais tempo para fazer o passeio em grupo para a foz do Velho Chico. Até dava para ir, mas deveríamos alugar o barco e pagar por todos os lugares. Como saía caro, desistimos. Resolvemos cochilar um pouco e depois de recarregadas as baterias, saímos para o calçadão na orla do rio. Tomamos mais informações sobre os passeios de barco para o dia seguinte e depois de darmos umas voltas pela região, escolhemos um barzinho bem na beirada do rio para relaxar, tomar umas cervejinhas e esperar o pôr do sol, pois nos disseram que era magnífico naquele local. Bem que era verdade!!!!!! Lindo mesmo. Pôr do sol maravilhoso às margens do rio.

Piaçabuçu é uma palavra Tupi Guarani, que significa Palmeira Grande. Fica localizada no extremo sul de Alagoas, na região do Baixo São Francisco, que segundo conta a história, foi fundada em 1600. Os pontos turísticos mais importantes são a Foz do Rio São Francisco e a praia do Pontal do Peba, conhecida por suas dunas.

Piaçabuçu é uma cidade ribeirinha, tudo acontece em torno do rio.

Ficamos no bar da orla até o anoitecer. Pedimos um peixinho para jantar. Depois do jantar, saímos a pé pela cidade, que não tem nada para fazer à noite. As pessoas se reunem numa praça onde há bares para ouvir música e beber. Só isso. Ficamos um pouco decepcionados com a falta de opções. Passeio de barco para a foz do rio São Francisco. Turistas do Brasil inteiro.

No dia seguinte, saímos cedo para conhecer a feira da cidade. Nas cidades do interior, o dia de feira é um acontecimento social, vem gente de todos os povoados circunvizinhos em ônibus lotados. Vende-se de tudo: de roupas a sapatos, de frutas a carnes, de bebidas a churrascos, sem falar dos cds piratas com aquelas músicas bregas insuportáveis. Enfim, é um acontecimento. Ficamos um tempão observando os costumes locais e aproveitamos para comprar a chachaça de cambuí, típica do local. Casebres de palha às margens do rio.

Há uma cooperativa de barcos na cidade que faz os passeios, é tudo tabelado, não há concorrência. Existe um rodízio de barcos, onde todos saem ganhando a mesma quantia. Tanto faz se você compra os passeios nas agências de turismo ou lá na cooperativa. Você vai pagar R$ 35,00. Gostei muito desta organização. Do lado direito do rio vê-se a Praia do Cabeço em Brejo Grande/Sergipe. À esquerda, Piaçabuçu. O barco saiu lotado, com 15 pessoas. O percurso durou 50 minutos margeando o mangue. Na verdade, os barcos pequenos são proibidos pela Marinha de chegar perto do encontro das águas. Mas eles não dizem isso para os turistas. Há um ponto de apoio com gente vendendo bebidas, comidas e artesanato onde eles param os barcos. Quem quiser ver o encontro das águas do rio com o mar tem que caminhar uns 40 minutos até o local, que na minha opinião é longe pra caramba, pois a areia é fofa e portanto, muito difícil de caminhar. Andamos uns 20 minutos, mas desistimos. Local da parada dos barcos. Há um ponto de apoio com comidas, bebidas e artesanato. Pode-se tomar banho nas lagoas ou no rio.

Resolvemos ficar no local, onde há várias dunas e o visual é muito bonito. Dá para ver pela foto acima. Tiramos fotos lindíssimas. Achamos o local um pouquinho parecido com uma parte dos Lençóis Maranhenses.

De um lado do rio fica Alagoas e do outro lado, Sergipe, com a praia do Cabeço em Brejo Grande e seu farol quase coberto pelas águas, que foram invadindo com o tempo, acabando com o povoado. Ficamos umas duas horas nos divertindo.

Paisagem bonita.

"Velho Chico".

Tomamos muito banho de rio, comemos cocadas que compramos lá, biscoitos e bebemos algumas cervejas que o pessoal vinha trazer para as pessoas na água. Uma mordomia só!!!!!!! Conversando com alguns vendedores, descobri que quase todos são de Sergipe, que logo de manhã cedinho atravessam o rio e montam suas barracas para venderem seus produtos. Foto panorâmica das lagoas, das dunas e do rio.

Voltamos pelo mesmo percurso e depois de uns 50 minutos desembarcamos na orlinha. Escolhemos um restaurante e pedimos aquela peixada!!!!!!! Peixada de Vermelha no leite de coco com legumes, pirão, arroz e salada. Nossa, comemos feito reis!!!!! O restaurante estava lotado. Comida excelente!!!!! Depois do almoço, ainda permanecemos pela orla por mais algum tempo. Aproveitei para comprar alguns artesanatos feitos de palha. Praça Matriz de Piaçabuçu.

Voltamos para a pousada e dormimos um bocado. Saímos à noite, lanchamos em um dos quiosques da praça e ficamos por lá vendo o pessoal se divertindo.

Igreja N. Sra. do Borja.

Assim que acordamos, arrumamos a mochila, tomamos café e saímos para tirar as últimas fotos da cidade. Resolvemos seguir para a praia do Pontal do Peba. Chegamos em 20 minutos e logo que vimos o local, ficamos assustados com a sujeira da praia. Plásticos e dejetos para todos os lados!!!!!!! Chegamos às 9:30 e já tinha muita gente que chegou em caravanas. A maioria das pessoas já estava bebendo, comendo churrasco ou jogando bola na areia. Pelo que percebemos, as caravanas chegaram muito cedo.



Pontal do Peba - ainda bem que não dá pra ver a sujeira da praia na foto.

O tráfego de carros e motos é liberado nesta praia, portanto havia muitos carros em meio aos banhistas. Tudo muito natural para os frequentadores. Eu achei muito perigoso, pois as pessoas bebiam e dirigiam normalmente. À medida em que o dia foi passando, mais carros chegavam e sempre rodando em uma velocidade considerável.

Praia do Pontal do Peba.

Praia cheia de carros. Bebida e direção era normal por lá.

Ficamos em um restaurante (Bar e restaurante Estrela do Mar) vendo as pessoas e os carros passando pra lá e pra cá. Almoçamos neste restaurante, mas não achamos a comida boa. Ficamos mais um pouco e lá pelas 14:00 saímos em direção à Penedo para pegar a balsa e voltarmos para nossa casa. Peba tem mar verde claro e águas calmas.

Já em Penedo, pegamos a balsa de volta à Neópolis e sem pressa, chegamos tranquilos em nossa casa à noitinha. Passamos um final de semana gostoso e diferente. Valeu bastante!!!!!!!