quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Uma explicação e bela dica.



A especulação é um tipo de jogo mais pesado onde pessoas investem dinheiro atuando por vezes com conhecimento de causa sobre o alvo especulado, mas sem uma certeza de que irá ocorrer o que foi planejado. Podemos citar a especulação em compras antecipadas de mercadorias agrícolas que ainda estejam em um processo de maturação final. Uma variação climática não previsível pode colocar tudo a perder.

Finalmente temos o chamado investimento, onde as pessoas estudam situações conhecidas e com base em dados passados e projeções futuras, tomam suas decisões de investimento. Neste caso podemos enquadrar o investimento em ações.

Há, entretanto, uma certa confusão entre especular e investir, quando se refere a ações. Em virtude do retorno do investimento em ações ser desconhecido previamente e variável, as pessoas confundem este investimento com jogo ou especulação. Vejamos essas diferenças.

No caso do jogo, o jogador, está totalmente desprovido de qualquer informação para atuar. Baseia seus atos tão somente em intuições que ocorrem via inconsciente. É quase um cara ou coroa.

A palavra especulação quando aplicada ao investimento em ações, vem carregada de um tom pejorativo, tentando destruir a possibilidade de ganho que a aplicação oferece. Ocorre, que quando se faz uma aplicação em títulos de renda fixa ou em uma aplicação imobiliária, estamos também especulando, no sentido de antever resultados positivos. Nada garante que uma aplicação em renda fixa possa trazer retorno real. Se ela ficar abaixo da inflação, e isto não é incomum, haverá prejuízo. O fato de sabermos antecipadamente quanto iremos ganhar, não tira o caráter especulativo do processo. Idem quando se faz uma aplicação em imóveis julgando que teremos lucro na aplicação. Pode ocorrer um imprevisto e transformar o esperado lucro em prejuízo.

Vistos estes ângulos em relação a jogos e investimentos ditos certos, voltemos nossas lentes para o investimento em ações.

Investir na Bolsa não é como jogar em um cassino; neste as chances de ganho se reduzem a 5% dos participantes ou do volume negociado. E no cassino só há jogo, onde não se tem controle da situação.

Diferentemente de um cassino, as Bolsas se diferenciam por serem centros de liquidez de ações, onde compradores e vendedores se encontram todos os dias para investir ou desinvestir seus recursos. As bolsas são instituições regulamentadas e controladas por órgãos públicos (no caso brasileiro pela Comissão de Valores Mobiliários - CVM e pelo Banco Central do Brasil - BCB), visando a lisura dos negócios de modo a preservar os direitos dos aplicadores.

Investir em ações de empresas negociadas na Bolsa de Valores é um processo simplificado de investir em uma lanchonete, em uma franquia, etc. Em todos os casos, há necessidade de se fazer análises do negócio/empresa de modo a se ter dados que permita um investimento mais seguro. Não são investimentos baseados em intuições ou sonhos, mas processos baseados em análises prévias.

Quando os chamados capitalistas vão desembolsar dinheiro em um novo projeto, realizam estudos para se certificarem de que existe chance de retorno naquela aplicação. O mesmo tem que ser feito quando se investe em Bolsa. Há necessidade de se conhecer dados sobre as empresas nas quais se pretende investir bem como verificar o comportamento das ações negociadas nas bolsas.

O grande problema é que o investidor iniciante trata a aplicação em ações da mesma maneira que os jogadores dos cassinos. Baseia-se em sentimentos, dicas, intuições para aplicar seus recursos. Quase sempre este caminho leva a perdas. Aí o investidor diz que a Bolsa é para os grandes, para os manipuladores, e acaba se afastando desta alternativa altamente rentável no longo prazo.

O caminho para o sucesso é um só, como em qualquer coisa na vida: estudar, aprender e entender as regras deste mercado.


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