quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Longe de tudo, longe de você...



Sim, sou da época do Ira. Amava o Ira, já vi inúmeros de seus shows, que tanto embalaram minha adolescência e época de faculdade. O título deste post é em homenagem a essa banda que é tudo de bom, e que criou a música "Longe de tudo".

Mas o post é em homenagem a um de meus intercambistas. Outro dia recebi um e-mail pedindo que eu falasse um pouco, aqui no Viajar Vicia, sobre "relacionamentos no exterior".

Em primeiro lugar é bom deixar claro que eu não sou psicóloga, nem expert em relacionamentos, muito menos no exterior (acho que os daqui já nos consomem um bocado de energia), mas foi impossível não me identificar com esse meu intercambista. Sou do tempo do IRA, mas já fui adolescente. Já me apaixonei aos 15 anos com uma força tão grande como se encontrasse, ali, o amor da minha vida. Mas nunca escrevi sobre isso...

Quando fazemos nossas reuniões preparatórias destinadas aos alunos de High School (aqueles que optam por fazer parte do Ensino Médio no exterior), o relacionamento é um dos tópicos abordados. "Observem" - pedimos - "Vejam como as coisas acontecem, como os relacionamentos são construídos... Um simples flerte no Brasil pode ser uma ofensa lá fora, e vice-versa. Diferenças culturais podem ser tão ou mais complicadas do que as diferenças entre homens e mulheres."

Só que não paramos por aí. Pedimos também que eles evitem relacionamentos sérios. Hoje fiquei pensando sobre isso... Como evitar uma coisa dessas? Alguém aqui já conseguiu ter controle suficiente quantos às coisas do coração, a ponto de dizer: Hum... Com você não, só me envolvo 62%, se passar disso eu recuo... KKKKK

Nossa intenção é boa, diga-se de passagem. Queremos evitar o sofrimento de um relacionamento que tem data e hora para acabar... Não é fácil viver apaixonado por aquela menina da Groelândia cujas chances de reencontrar beiram impossível... Por outro lado, viver é risco. Não estou aqui dizendo que devemos pular da ponte para fazer a adrenalina se movimentar pelo corpo, por favor! Isso é estupidez. O risco ao qual me refiro é simplesmente é o de... Entregar-se à vida. Entender o que ela nos propõe. Não dá pra mergulhar sem sentir a água gelada primeiro. Não dá para ter prazer se o medo de sofrer for maior.

Existem vários tipos de amor: O primeiro, o último, o da adolescência, o da faculdade, o sofrido, o ingênuo, o pra sempre, o do intercâmbio. Quando este último acontece, geralmente une pessoas com cenários tão distintos quanto o mar e o deserto. A mágica disso tudo é que, apesar de tamanhas diferenças, existem coisas que são, quem diria, UNIVERSAIS.

O amor é universal. Seja o primeiro, o do meio, último, não importa. Todos nós o buscamos, de uma maneira ou outra, e às vezes o encontramos longe de tudo, longe até de nós mesmos, lá no meio da região rural de Wisconsin, ou no Estado de Queensland, ou mesmo nas maravilhosas praias do Sul da França (cá entre nós, no quesito romantismo, sou mais a última opção).

Querido intercambista, falo a você como se agora falasse com todos os adolescentes que passam por mim nessa "Próxima Estação:Intercâmbio". O que quero dizer, no fundinho, é que embarque nesse trem, sem se esquecer de ítens essenciais na bagagem: cautela, senso de direção, auto-estima e muita alegria pela vida. Se algum sofrimento vier pelo caminho, não será o primeiro e nem o último, acredite. O importante é poder olhar para trás e dizer: VALEU A PENA!


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