quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A gente paga com a língua




Até meus 21 anos, eu nunca soube como seria ter um irmão ou uma irmã – tudo bem, eu tenho exatamente um irmão e uma irmã por parte de pai – mas isso nunca influenciou em nada na minha criação, já que nunca tive muito contato com ambos.

Em agosto de 2006, a notícia: mamãe ficou grávida. Ah, que delícia! Foi um tal de fazer enxoval, de planejar coisinhas fofinhas para a decoração do quarto do nenê, de festejar a descoberta do sexo – uma menina, vou poder colocar lacinhos no cabelo dela! – enfim, muita felicidade para a casa toda.

Maria Luíza – nome inspirado na música Luíza, de Tom Jobim – veio ao mundo prematuramente e, passado o susto, teve e tem muita saúde até hoje.

Bom, eu enrolei enrolei enrolei e não cheguei ao X da questão: CARALHO, COMO UMA CRIANÇA DÁ TRABALHO!!!!! Esqueça as coisas fofinhas, esqueça o pensamento de que gastos com fraldas são seus maiores problemas, ESQUEÇA TUDO que você acha que sabe sobre crianças. Incrível como esses serezinhos de menos de 3 anos podem ter a capacidade de te persuadir – capacidade maior ainda em uma casa que a piveta tem apenas 2 anos e é a única criança do lar.

Não quer tomar banho? É só chorar. Não quer comer, choro mais + beicinho. Quer aquele brinquedo caro e o papai disse não? Choro + beicinho + cara do gato de botas do Shrek. Assim é muito fácil, né? Próxima vez que eu quiser um sapato novo na Arezzo, vou fazer beicinho e chorar.
Sem contar quando descobrem que detestamos determinada coisa que eles fazem. É batata, pode ter certeza que a mesma atitude será repetida 729 vezes elevadas ao cubo. E quando aprendem a falar palavrões? Será que se lavarmos a boquinha suja com sabão eles param?

Minha mãe sempre falava de uma prima minha, que era mal educada, que era desobediente, que ninguém a suportava e tcham ram ram: agora temos uma criaturinha 300x pior em casa. A gente paga com a língua mesmo, não tem jeito.

Não me atirem pedras, não estou com ciúmes. Amo aquela pirralha – se duvidar, sou uma das que contribuem para a mimação dela – mas agradeço do fundo do meu coração à minha mãe por ter engravidado novamente e ter me dado a chance de enxergar o quanto essas miniaturazinhas dão trabalho. Sempre pensei em ter filhos quando tivesse estabilidade financeira. O pensamento continua o mesmo, porém, com mais uma ressalva: estabilidade financeira + idade superior a 33 anos. Sério, ainda preciso realizar muita coisa antes de agüentar birras, beicinhos e choros mais irritantes do que buzinas de automotores.

Ficadica: Nunca fale da falta de educação do filho alheio, o seu pode nascer igual ou pior!

Para me dizer que quer ter um time de futebol, que não suporta crianças ou que o seu filho é bem educado: analia@corporativismofeminino.com








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Postado por
Anália


às
00:01












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