Enroscou as unhas pintadas de branco puríssimo no cabelo mal cortado do menino de olhos azuis. Estava tão frio que os pés miúdos logo arroxearam. Ele sorria com os dentes tortos de ratinho, com uma felicidade tão plena, que ela achou que a vida podia ser feita só disso, de fazer os outros felizes. Ela era alguns anos mais velha que ele, de modo que foi natural ela rir por dentro cada vez que ele fazia uma cara de susto, por descobrir alguma sensação nova.
O Leitor de olhos azuis não lia absolutamente nada, embora tivesse dado de presente a ela um livro de poesias, desses de carregar no bolso. O cabelo comprido dela, tão loiro, quase branco, se confundia com a brancura das costas dele, aconchegado e definitvamente macio, perdido em todas as suas descobertas, prestando atenção nela, na sobrancelha falhada dela, nos cílios enormes dela e em tudo que ela lhe representava a partir de agora.
Não que ele pudesse colocá-la em um pedestal, mas agora ele tinha feito uma espécie de rito de passagem. Agora ele sabia admirar uma mulher de uma maneira mais plena. Ele mal podia esperar para tocar novamente em suas costas ossudas, ou misturar o seu próprio cabelo no cabelo dela. Ela não sabia o que lhe dizer, ou o que fazer com toda paixão delicada que ele lhe oferecia, ela só queria que tudo fosse inesquecível para ele.
Por causa dela o Leitor sabia ler cada parte de toda feminilidade, beijar pescoços sem deixar marcas ou ranger os dentes, dormir com os dedos enroscados nos dedos dela, usar cuecas boxer e não roncar.
Ele estava feliz, agora era um menino crescido.
- gente, eu AMO, AMO chegar aqui e ler os comentários de gente que diz que se idenfica comigo, que eu sou bacana e tal e coisa. Sério mesmo (L). Brigadan viu, tem gente que abre o coração nos comentários e me emociona =).
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Para vc que me ama;
Heleninha.
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