quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Sobre meu pai





Nunca falei dele em um ano de blog, que relapsa. Em uma semana morando com ele - e muito querendo voltar pra minha casa, e pro meu quarto enorme e bem decorado, fato - descobri muito sobre ele e sobre mim mesma. Andamos da mesma forma na rua, com as mãos no bolso, parecendo uma xícara. Temos o dom de sermos auto-suficientes e não precisarmos das pessoas e de nos adaptarmos em situações adversas. E sim, ele é viciado em internet e tem lapsos de memória. Em 6 dias ele perdeu 4 papéis e um copo, e eu me vi rindo que nem retardada olhando pro tal copo sobre a mesa e ele PROCURANDO. Como se desse pra perder alguma coisa num apê studio.

Por outro lado percebi que passo muito tempo conectada e que posso administrar meu tempo fazendo outras coisas tipo ver TV, ou andar pelo centro da cidade. Não consigo plugar na internet com ele aqui, observado cada movimento meu, e este texto está sendo escrito num momento em que ele não se encontra em casa.

O fato dele ser tão auto-suficiente me irrita, e doeu enxergar a mim mesma quando olho para ele. Um tanto quanto isolado demais, solitário demais... Não que eu seja solitária, eu sou um ser falante e extrovertido, mas quando digo que não preciso de pessoas e que moraria muito bem numa ilha deserta contanto que tivesse um salão pra eu fazer os pés de 15 em 15 dias eu falo sério. Por outro lado, pessoas que não precisam de pessos são incompreendidas pelas pessoas "EU PRECISO DE GENTE, PORRA!", somos mal vistos, parecemos gente mal educada ou paranóica ou com a sanidade mental afetada, o que nem sempre é verdade. Eu, convivendo com alguém como eu, entendi melhor "gente que precisa de gente". Tem horas que eu bem que preciso de gente, e to aqui vendo Caminho das Índias (argh, VOLTA MANOEL CARLOS!) simplesmente porque não tenho companhia, e minha única companhia está isolada em seu próprio mundo.

Vou ficar aqui mais um tempo, até ter ânimo de voltar a trabalhar e começarem as aulas, e também pra fazer um charme pra minha mãe a pessoa que mais precisa de gente no mundo todo, que eu sou ixperta. Mas sei que, quando voltar ao meu quarto enorme, muita coisa em mim terá mudado. Tentarei não ficar tanto no mundo maravilhoso e platinado da Heleninha, e partilhar mais do mundo dos outros. Ser ponderada, participar mais, trabalhar para melhorar o meu tempo e o que eu faço com ele. Eu posso fazer mais, e eu sei que faço muito pouco.


Estou orgulhosa de mim.


dicas, sugestões, como estou dirigindo?








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Postado por
Heleninha


às
00:01












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