quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Relacionamentos de plástico não morrem



Sempre entrei em crise sorrateiramente. Quando percebia que depois de 1 ano (ou menos) eu não tinha aquele entusiasmo de outrora pelo amor-da-minha-vida. Mas reinventava, mudava o figurino, trocava o perfume, a pasta dental e vamo-que-vamo. A minha crise sempre foi por vislumbrar os casais felizes a minha volta, em seus retratos posados, e percebê-los tão felizes, tão "Revista Caras", e não ter o mesmo entusiasmo. Mas, afinal, todas as fotos de casais são posadas, assim como as minhas. Desculpe se magoo alguém ao escrever isso, mas a verdade é que todos os casais são deprimidos. Necessita-se de muita maquiagem para APARECER bem diante de uma resolução tão alta como é um relacionamento duradouro.

Sei que muitos de vocês devem estar pensando "Só porque ela está solteira vem com essa...". Vocês estão no seu direito, eu estou no meu de achar que não conheço nenhum casal de propaganda de margarina. Pode vir dizer que seus pais são apaixonados e que deles brotam corações toda vez que se olham. Ou que você é apaixonada por seu macho há 10 anos e sente toda a vibração do início, literalmente. Não estou subestimando o tesão, muito menos o amor de ninguém. Falo de como as relações estão entranhadas de mágoas, ressentimentos, palavras-não-ditas e escapes.

Quem escreve esse singelo texto é alguém que perseguiu namoros de anos. Não me orgulho da lista de ex-namorados, preferia ter a paz de não precisar fazer dieta porque o macho já está garantido (claro que isso é uma porra de uma ironia). Mas, vejamos, os aniversários passam, natais. Um perde o emprego, o outro ajuda. Há cumplicidade numa fase, depois o outro só se preocupa com o seu projeto. Depois brigam, voltam as boas. Sexo mais frequente. E as coisas vão seguindo sem grande evolução. Às vezes você arranja uma briga só para o sexo ficar mais entusiasmado quando fizerem as pazes. Esse é o ritmo de um relacionamento. Desgaste. Preocupação. Ou será que não encontrei MESMO o amor-da-minha-vida? Não sou radical, aceito "pitaco".

Mas quando conheço os casais de perto, aqueles que eu julgava os mais felizes de todos tempos... Estes estão pensando, silenciosamente, em como abandonar o seu parceiro. Eles sabem dos percalços para um fim e, por vezes, recuam. Digo isso com propriedade, pois já abracei mais de 2 homens nos seus caixões, com medo de respirar vida lá fora. Medo de ficar só, medo de me arrepender. Medo de cair nas mãos de alguém pior. Medo até de não ser amada nunca mais.

Entrar nesse vendaval de vaidades que é um relacionamento amoroso requer saúde mental. Não direi que meu coração está em coma ou que eu estou doente. Direi apenas que preciso me recuperar ainda do último resfriado.








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Postado por
Sarita


às
09:44












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