quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Diário de uma bolsa




Lá vem ela, lá vem ela, lá vem ela!
Será que ela vai me pegar?

10 minutos depois
Me leve, me leve, me leve!

15 minutos depois
Por que ela está indecisa? Por que já experimentou tantas bolsas e ainda não se decidiu?

20 minutos depois
Lero lero lero! Fiquem aí bolsas feias. Ela trocou de blusa só pra combinar comigo!

É difícil ser uma bolsa. Não acreditam? Queria só ver se fosse com vocês. Minhas alças doem constantemente, tento emagrecer, mas não consigo, estou sempre abarrotada, é uma triste realidade. Claro que existe uma coisa boa dentre tantas negativas: conheço vários lugares, passeio constantemente, mas é só isso. Meu trabalho é bem complicado e não adianta fingir que sou workaholic.

Preciso confessar que minha dona detesta bolsas pequenas, então vocês já podem deduzir meu tamanho *vergonha* . Me pergunto como uma pessoa consegue carregar tanta coisa. Não estou exagerando, querem que eu prove? Escova e pasta de dentes, escova de cabelo, presilhas para o cabelo, um estojo horrendo da Kello Kitty, carteira, livros, uma sandália reserva para o caso de alguma sandália nova machucar os pés, celular, chicletes, maquiagem, mini perfume... enfim, pareço uma mala!

Mas carregar duzentos quilos de tralhas não é nada. O ponto triste da minha história foi quando minha dona substituiu sua carteira de sapinho por uma Victor Hugo. Meu Deus, que carteira metida! Grande merda ser de marca, baby! Minha história é muito mais bonita. Sou "made in china", mas meu mérito é maior que o seu. Eu nasci pra não prestar. Minha vida útil estava prevista para 6 meses no máximo! E vejam só, estou firme e forte mesmo depois de quase um ano.

Outro dia triste foi quando o namorado da minha dona me viu pela primeira vez e disse: "Você vai sair com essa sacola? Hahahahaha, em que feira você vai fazer compras?!" Cara mais metido esse. Torço para que chegue o dia que briguem e ela me use para dar uma bolsada na cabeça dele.
Ando preocupada. Ouvi dizer que ela pensa em me trocar por outra. Não por aquelas que ela usa pra combinar com uma determinada roupa e só. Ontem a ouvi dizendo que queria uma bolsa nova que combinasse com tudo e aguentasse o tranco do dia-a-dia. Irônico. Eu reclamo do meu trabalho, mas agora não quero me livrar dele. Talvez seja mesmo a minha hora de ir pr"aquele armário velho na despensa. Um cemitério de bolsas. Um cemitério de bolsas metidas. Um cemitério de bolsas metidas é onde vou morar. Eternamente. Ou até ele me dar para alguém que precise de mim.

Arghhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!


- Para doações de bolsas Louis Vuitton, elogios, xingamentos e depósitos na conta bancária: analia@corporativismofeminino.com -








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Postado por
Anália


às
00:01












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