quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Da desonestidade ao machismo



Desculpe aos que já leram a história no twitter, mas também vou contar aqui.


Semana passada meu primo me ligou perguntando se eu tinha o alicate necessário pra trocar o conector de um cabo de rede (o cabo do speedy na casa dele) eu não tenho, mas indiquei a ele uma lojinha de informática aqui no bairro que vende cabos de rede, fazem na hora, portanto, tem conector e alicate pra crimpar.





Acabei indo à loja com meu primo, e quando chegamos o moço da loja estava justamente usando as ferramentas e fazendo um cabo para uma cliente, quando chegou nossa vez de ser atendidos, meu primo mostrou o conector quebrado e disse que precisava apenas trocá-lo.



O sujeito da loja disse: “Não sei se dá pra trocar o conector não, o cabo do speedy é diferente, precisa trocar o cabo inteiro....” olhou o cabo e afirmou: “É, precisa trocar o cabo”, e nos ofereceu outro, de 1 metro, por R$ 15.



Pausa pra explicação: Trabalhei 7 anos com redes, estudei redes, respirei redes por muito tempo. Obviamente eu sabia o que estava dizendo quando afirmei que bastava trocar o conector.



DESONESTIDADE DETECTED



Sabe, eu não acho errado cobrar caro. O conector custa R$ 0,50, ele poderia cobrar R$ 10,00 pelo serviço que eu não acharia errado. Era a única loja de informática nas proximidades, é a lei da oferta e da procura. Mas ele errou ao usar da desonestidade, mal que assola esse país, diga-se de passagem.



Ser feita de idiota já era demais. Então logo soltei: "Me vende um conector e me empresta o alicate que eu mesma faço a ponta".



Ai o sujeito desceu o nível, continuou afirmando que não dava pra somente trocar o conector, perguntou se eu ao menos sabia a ordem das cores dos fios e por fim disse que se eu conseguisse, não ia nem cobrar os conectores. Em seguida abriu os fios do cabo e disse: “Vamos para uma aulinha...”



AI EU VIREI MACHO. Rolou um mini-flashback mental de todos certificados de redes que tenho na vida. Curso técnico, faculdade, certificação. Sabe, sempre achei GRANDE MERDAS diplomas, porque o que ensina mesmo não é escola, são experiências profissionais, mas naquele momento eu quis arrancar da alma meus certificados pra enfiar na cara daquele sujeito.



Eu nunca ia dizer que podia crimpar o cabo se eu realmente não soubesse como fazer. Aliás, eu teria ficado calada se ele não tivesse tentado nos enganar. Mas provavelmente por não ter nenhum volume entre as pernas aquela criatura me achou incapaz.



Logo respondi: “Não precisa me ensinar. Você pode me deixar fazer, ou fazer você mesmo e me cobrar pelo serviço”, quase acrescentando: faço isso com as unhas grande e sem estragar meu esmalte, seu besta!



Ai o sujeito me deu o conector e o alicate. Comecei a manusear o cabo e ele logo perguntou: “Você fez curso de manutenção de computadores?”. Não, criatura, trabalho com isso há anos e provavelmente já fiz mais cabo do que sexo na vida.

Sabe, raiva?



Eu realmente queria saber se é só aqui no Brasil que rola essa mania de desonestidade, de sempre querer passar os outros pra trás. Fico imaginando, se o cara da loja de informática inventa história pra vender um cabo, imagine pra arrumar um computador?

Indo mais longe, imagine uma oficina mecânica, gente. Está estampado na testa de qualquer mulher que entre em uma oficina: "POR FAVOR, ME ENGANE".


Desfecho: O cabo ficou perfeito, claro. Modéstia a parte, eu crimpo cabo melhor que muito macho. O sujeito não quis cobrar, mas meu primo deu R$ 2,00 "pra pagar o conector".(HAHAHAH)



Fiz um desonesto machista engolir um sapo, venci na vida gente!



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Bliss


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